[RESENHA #046] SOMEWHERE IN TIME: UM CLÁSSICO DO IRON MAIDEN | STJEPAN JURAS


Sinopse: "Somewhere in Time" é o sexto álbum de estúdio do Iron Maiden e um dos mais aclamados pelos fãs. Lançado em 1986, apresenta a banda em seu auge criativo, incorporando elementos futuristas não apenas na estética visual, mas na própria sonoridade do grupo. As letras das músicas tratam das relações do ser humano com o tempo. Em Somewhere in Time: um clássico do Iron Maiden, Stjepan Juras esmiúça todos os detalhes, segredos e curiosidades deste importante álbum do Iron Maiden. Apresentando todo o contexto histórico da época em que foi criado, o autor faz um apanhado bastante detalhado de todo o universo de "Somewhere in Time", suas influências diretas e indiretas, e as ações do Iron Maiden na época que precedeu e sucedeu o álbum, apresentando dezenas de imagens e recordes de jornais e revistas, informações e curiosidades de turnês, trechos de entrevistas e muito mais. Somewhere in Time: um clássico do Iron Maiden é o segundo lançamento da “biblioteca Iron Maiden”, uma série de 20 livros que sairão no brasil sobre álbuns do Iron Maiden. Todos com alto padrão de impressão, pôster e marcador de páginas de brinde. Uma coleção definitiva, indispensável na prateleira de qualquer fã do Iron Maiden.

Resenha: E hoje quem paga mais uma rodada é novamente Stjepan Juras, com uma nova pérola do mundo da literatura metálica: Somewhere in Time, um dos melhores discos da maior banda de heavy metal do planeta, Iron Maiden. Então, puxe uma cadeira e sente-se que lá vem histórias.

Ainda me lembro quando comprei o LP Somewhere in Time e antes mesmo de ouvi-lo, fiquei admirando a arte e procurando as já então conhecidas pistas eternizadas nas capas dos discos do Iron Maiden. Como sempre, Derek Riggs fez uma arte brilhante, espetacular e cheia de detalhes por todos os cantos. Ao qual [Riggs], Stjepan, de uma forma bastante esclarecedora, dedica um bom espaço para pormenorizar toda a linda arte desse que é, hoje, um dos clássicos da Donzela de Ferro.
 

Juras, não só devota um longo capítulo sobre a arte de Derek Riggs, como também esclarece algumas suposições nos detalhes da arte que vinham sendo feitas desde o lançamento do álbum. O próprio autor lança diversas teorias sobre a infinidade de detalhes dessa que é considerada a arte máxima de Riggs, para depois, como disse, confirmar (ou não) com o próprio artista, que também não deixa de surpreender com suas afirmações. Pode ser impressão minha, mas nessas entrevistas que Stjepan fez com Riggs, dá pra notar uma certa mágoa nas entrelinhas das respostas do artista. Será?!

Seguindo o mesmo padrão dos lançamentos anteriores, temos nova retrospectiva que sempre me traz aquela nostalgia aconchegante que te alegra por ter passado por ela e também te entristece por não poder mais voltar aqueles anos dourados da música pesada onde tudo era novidade, mesmo que demorando muito para chegar por aqui na nossa terra. Mas apesar de tudo, muitas coisas foram lançadas aqui no ano de 1986 e muitas delas perduram até hoje como as melhores dos melhores.

"Eles não eram os mais inteligentes, os mais resistentes, ou a coisa mais chocante a acontecer no metal, porque o gênero estava crescendo, mudando, e a coisa mais chocante ainda estava por acontecer, o que atrairia mais da metade da audiência do metal."


Sem dúvida nenhuma, uma das informações que os fãs mais querem saber [talvez] seja o porquê da pequena mudança, não de direcionamento, pois Somewhere in Time ainda é um ótimo disco de Heavy Metal, mas dos acréscimos "digitais" da época, por exemplo o uso de guitarras e até mesmo baixo sintetizados que tirou aquela crueza e até um pouco de peso que vinha desde o primeiro disco até o próprio Powerslave, que apesar de pesado já começava a perder a brutalidade de um Piece of Mind, por exemplo. Stjepan, destrincha uma teia de informações técnicas relativas a produção e juntamente com as teorias e fatos pessoais e de bastidores, realmente esclarece muita coisa, inclusive para a longevidade do grupo.

Juras também nos esclarece que de uma forma produtiva e participativa em Somewhere in Time, pode-se dizer que aquele anos foram os anos dourados de Adrian Smith. Tendo sido visto como o membro mais introspectivo da banda, Adrian mostra todo o seu talento que até então era direcionado apenas as composições em parceria com Bruce e sua excelente performance como guitarrista. Mas, por outro lado, em toda a saga Somewhere in Time, vamos descobrir que Smith não só poderia compor sozinho como conseguiria criar clássicos do Iron Maiden e até mesmo cantar em músicas destinadas aos lados B's dos singles da banda. Quem já ouviu, sabe que ele tem um belo vocal e que ao longo dos anos foi mostrando isso com bandas paralelas e no próprio Iron Maiden. Óbvio que Juras não poderia deixar de fora um dos assuntos que levaria aos anos mais problemáticos da banda: a saída de Adrian Smith quatro anos depois de Somehwere in Time e seu ápice criativo, pois ali mesmo quando Adrian estava no topo é que a semente da discórdia foi plantada e não somente para ele.


A edição de Somewhere in Time: Um clássico do Iron Maiden que a editora Estética Torta nos apresenta, vem com a mesma alta qualidade de seus outros lançamentos, ou seja, edição muito bem feita em capa dura, com uma ilustração temática ao do próprio disco e igualmente linda que aliada ao ótimo padrão de papel [amarelinho], fonte mais do que agradável e diversas ilustrações internas, além de um trabalho editorial, mais uma vez, impecável, faz dele um investimento mais do que valioso e muito informativo.

"A opção de varrer pra baixo do tapete todos os problemas possíveis parecia a coisa certa a se fazer, no que dizia respeito à banda. Steve claramente descartou qualquer possibilidade de colocar músicas semiacústicas no novo álbum e ganhou apoio total da banda, com alguns membros apoiando-o abertamente, enquanto outros lhe deram a chamada aprovação silenciosa."


Portanto, mais uma vez se vocês se interessam em ter um papo informal sobre mais um dos maiores e melhores discos de Heavy Metal do planeta, com uma edição muito caprichada, posso te dizer que Somewhere in Time: Um clássico do Iron Maiden de Stjepan Juras e publicado pela editora Estética Torta é, sem dúvida alguma, I.M.P.E.R.D.Í.V.EL.


Autor: Nascido na Croácia, Stjepan "Stipe" Juras, de 34 anos, teve seu primeiro contato com o rock n' roll aos 6 anos de idade, com uma simples fita k7 dos gigantes do Led Zepellin. Desde então, com o passar dos anos, tem se dedicado única e exclusivamente ao ramo da música pesada e escreveu uma série de livros sobre o Iron Maiden. 

Ficha Técnica:
Título: Somewhere in Time | Um clássico do Iron Maiden
Autor: Stjepan Juras
Tradução: Luiz Fernando Sousa Spósito
Editora: Estética Torta
Páginas: 384
Ano: 2020
ISBN: 9786599025587

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